terça-feira, 6 de novembro de 2012

Guia rápido da Reforma Ortográfica


O que mudou com o acordo ortográfico 


Alfabeto - ganha três letras 

Antes:
23 letras 

Depois:
26 letras: entram k, w e y 

Trema - desaparece em todas as palavras 

Antes:
Freqüente, lingüiça, agüentar 

Depois:
Frequente, linguiça, aguentar 


* Fica o acento em nomes como Müller 

Acentuação 1 -some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima 
sílaba mais forte) 

Antes:
Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia, estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia

Depois: 
Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia 


* Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque têm a última sílaba mais forte) 

Acentuação 2 -some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas 

Antes:
Baiúca, bocaiúva, feiúra 

Depois:
Baiuca, bocaiuva, feiura 

* Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí 

Acentuação 3 -some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos) 

Antes:
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos 

Depois:
Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos 

Acentuação 4 -some o acento diferencial 

Antes:
Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa 

Depois:
Para, pela, pelo, polo, pera, coa 

* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo 

Acentuação 5 -some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar 

Antes: 
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você 

Depois: 
Averigue, apazigue, ele argui, enxague você 

Observação: as demais regras de acentuação permanecem as mesmas.

Hífen - veja como ficam as principais regras do hífen com prefixos: 


Prefixos   

Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra... 

Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel 

Em todos os demais casos: 
autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole, antirracista, antissocial, antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma, ultrassom 

Hiper, inter, super 

Quando a palavra seguinte começa com h ou com r: 
super-homem, inter-regional 

Em todos os demais casos: 
hiperinflação, supersônico 

Sub

Quando a palavra seguinte começa com b, h ou r: 
sub-base, sub-reino, sub-humano 

Em todos os demais casos:
subsecretário, subeditor 

Vice 

Sempre: vice-rei, vice-presidente 

Pan, circum 

Quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogais:
pan-americano, circum-hospitalar 

Em todos os demais casos: 
pansexual, circuncisão 

Fonte: professor Sérgio Nogueira, em www.g1.globo.com 



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Acento indicador de crase : o que é?

 




Crase é a fusão de duas vogais numa só. Geralmente, quando se pensa em crase pensa-se basicamente na fusão da preposição “a” com outro “a”. Esse outro “a” quase sempre é o artigo “a”, mas pode ser também o demonstrativo “a” ou a letra “a” inicial do artigo “as” ou dos demonstrativos “as”, “aqueles”, “aquelas” e “aquilo”.

Em “Você já foi à Bahia?”, por exemplo, ocorre crase (fusão) da preposição “a”, regida pelo verbo “ir” (se alguém vai, vai a algum lugar), com o artigo definido “a”, que determina o substantivo feminino “Bahia”. Essa crase (fusão) é indicada por um acento, que se chama grave ( ou acento indicador de crase). Na prática, porém, é comum o acento grave receber o nome do fenômeno que ele indica, isto é, é comum esse acento ser chamado de “crase”.

Vale lembrar que não devemos ler o “à” como um duplo “a” (aa). Quando se lê dessa forma, como em “Você já foi aa Bahia”, simplesmente se desfaz a crase. Portanto, o “à” deve ser lido como “a” mesmo. Não se esqueça!

Pense neste exemplo: “Você já foi a Paris?”.  Por que o “a” que antecede “Paris” não pode receber o acento grave?  É muito simples:  não ocorre crase, fusão de um “a” com outro “a”. Nesse exemplo existe apenas a preposição “a” (regida pelo verbo “ir”), que não se funde com outro “a”, uma vez que Paris não admite artigo feminino. Não é possível dizer que se mora “na Paris” ou que se acaba de chegar “da Paris”. Dizemos “Moro em Paris”, “Acabo de chegar de Paris”, o que prova que o nome da capital da França não admite artigo.

No exemplo “Você já foi à Bahia”, se mantivéssemos o substantivo “Bahia” e trocássemos o verbo “ir” pelo verbo “visitar”, o que aconteceria? “Você já visitou a Bahia?”. E agora?
Por que, nesse caso, não há o acento grave? Porque o verbo “visitar” não rege a preposição ( ninguém visita ao Pará, por exemplo). Como se vê, o “a” em questão é apenas artigo, portanto não pode receber o acento grave.

Em “Diga àquele moço que não me procure mais”, ocorre a crase (fusão) da preposição “a”, regida pelo verbo “dizer” (dizer algo a alguém), com a letra “a” inicial do pronome demonstrativo “aquele”.